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Prevenir é o melhor investimento

15 de Novembro de 2018

A retomada dos investimentos em Mineração e Siderurgia, ainda que tímida, trazem um alento ao mercado. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as empresas brasileiras devem investir pelo menos R$ 19,5 bilhões no período entre 2018 e 2022. Além disso, o novo código de mineração assinado pelo Governo Federal em junho deste ano pode intensificar o desenvolvimento do mercado. O cenário internacional também ajuda o país, as restrições comerciais entre China e Estados Unidos impactaram positivamente o mercado brasileiro, com resultados percebidos logo no primeiro mês após a introdução da tarifa de 25% sobre o aço.

A tendência traz sinais positivos ao mercado interno e também um alerta para a importância de uma averiguação completa dos ativos. A avaliação é necessária sempre, mas a estratégia de ampliar a produção, força os equipamentos e estruturas à carga máxima, podendo gerar riscos à operação, aos trabalhadores, ao meio ambiente e à sociedade em geral. Nesses casos, a Avaliação da Integridade de Ativos é indicada, além de garantir a sustentabilidade do negócio, é uma iniciativa simples e de baixo investimento.

A averiguação da integridade é obrigatória no Brasil para alguns equipamentos com maior risco iminente, prevista na norma regulamentadora NR 13, do Ministério do Trabalho, que estabelece regras para gestão de caldeiras a vapor, vasos de pressão e tubulações de interligação, em aspectos relacionados à segurança e à saúde do trabalhador. Outros ativos que compõem o trabalho em uma mina ou em uma siderúrgica dependem, porém, da tolerância ao risco de uma companhia.

Desastres ambientais e acidentes podem ser evitados com iniciativas como essa. O investimento na gestão da integridade dos equipamentos é muito menor do que os custos após um acidente. Basta calcular os bilhões desembolsados com multas ambientais, ações civis públicas, manutenção de funcionários em férias coletivas, recuperação de locais atingidos. Isso sem contar o passivo da paralisação das operações e os custos imensuráveis ligados à imagem e reputação, além de possíveis danos ao meio ambiente ou à saúde de trabalhadores e da população do entorno.

No Bureau Veritas, acreditamos na importância da inspeção e de testes ao longo de todo o ciclo de vida dos equipamentos, desde o projeto a operação e manutenção, como forma fundamental de segurança. Atuamos diretamente nesta frente como forma de evitar possíveis riscos. A estratégia de investir em prevenção minimiza os custos de manutenção, mantém os equipamentos em operação evitando paralisações não programadas, além de melhorar o desempenho dos ativos, a eficiência da produção e promover um ambiente mais seguro ao trabalhador.

Para fortalecer a gestão da segurança de ativos, desenvolvemos um software para acompanhamento em tempo real dos resultados das ações. Enquanto no mercado em geral, essas análises são enviadas em relatórios fixos, com nosso sistema é possível identificar de forma dinâmica o estado de cada estrutura, filtrando por ativos de interesse, periodicidade, resultados e recomendações, por exemplo. Nossa ferramenta gerencia de forma estratégica a manutenção de cada ativo.  

Os incidentes ocorridos nos últimos anos têm deixado cada vez mais claro que a avaliação da integridade de ativos é um investimento mínimo e essencial de prevenção de riscos. Muito mais do que cumprir uma norma regulatória, é um ato de responsabilidade com todos os stakeholders envolvidos direta ou indiretamente com as operações da companhia.

Guilherme Pires

Guilherme Pires é gerente comercial de Mineração e Siderurgia do Bureau Veritas